quarta-feira, 26 de maio de 2010

Ainda sobre futilidades

Continuando o assunto sobre futilidades, falemos sobre os livros de auto-ajuda, que são recomendados para aqueles dias fúteis, nos quais não se quer pensar em nada, assim eles são uma excelente opção. Mas primeiro um pouco de história:
Através dos séculos os seres humanos têm buscado soluções rápidas e milagrosas para os seus problemas. Quando viviam em bandos de caçadores e coletores recorriam aos xamãs, que entravam em transe e se conectavam com as forças da natureza para conseguir uma boa temporada de caça. Quando os homens tornaram-se agricultores, começaram a viver em sociedade e criaram civilizações, instituíram religiões e começaram a procurar a ajuda dos deuses.
Com o advento do cristianismo na idade média, e o fim do culto aos deuses pagãos, o ser humano depositou no Deus cristão todos os seus anseios. Por todos esses séculos, essas soluções, dadas por todas essas religiões, sempre foram muito lucrativas. Havia as oferendas aos deuses pagãos e, na idade média, a cobrança das indulgências pela Igreja Católica.
No século XVIII com o iluminismo, quando a razão deu lugar a todas as superstições e a ciência começou a explicar todas as coisas, os seres humanos depositaram nela todas as suas esperanças para a resolução de seus problemas. Mas a ciência não tem como dar soluções rápidas e milagrosas para as crises, foi então que apareceram as pseudociências e toda sorte de charlatães e oportunistas que diziam ter a solução para todos os problemas.
E assim chegamos a hoje, em que existem milhares de livros de ficção ou não, lançados a todo ano, e que sempre são os mais vendidos, cujos seus autores, que na maioria das vezes não tem nenhuma formação científica, apresentam as mais diversas soluções mágicas para os problemas das pessoas, as quais, por conseguinte, alimentam uma verdadeira indústria da auto-ajuda. Há, por exemplo, livros como: “Emagreça Comendo”!? do guru da auto-ajuda Lair Ribeiro que se reveste de uma aura cientifica para dar as suas soluções mágicas. O último grande sucesso de vendas foi o livro, que depois virou filme, “O Segredo”, que utiliza teorias da física quântica para demonstrar a ideia pseudocientifica de que o pensamento atrai tudo de bom ou de mau para você.
Mas, caro leitor, a busca da ciência pelo conhecimento e pela solução das mazelas humanas é algo que não acontece da noite para o dia. É uma constante evolução, com progressos, e até mesmo com regressos, mas lentamente essas soluções vão sendo encontradas, algumas talvez nunca o sejam, por isso sempre deve-se desconfiar de soluções rápidas, pois os únicos que encontram solução dessa forma para seus problemas são exatamente os autores dos livros de auto-ajuda que enriquecem com a venda deles.

Resenha do livro "13/5 Lugares do Arroio Grande e outras referências"

Resenhado por Daniel Salem Vaz MENDES

Com o intuito de comemorar os cento e trinta e cinco anos da cidade de Arroio Grande, localizada na Metade Sul do Rio Grande do Sul, foi idealizada a obra literária chamada “13/5 Lugares do Arroio Grande e outras referências”. O livro consta de uma coletânea de crônicas acerca de lugares do município, contadas por autores que têm ou já tiveram alguma ligação com a cidade. A seleção dos autores partiu da Secretaria Municipal de Educação sendo, dos quinze escolhidos, doze especialmente convidados e três selecionados através de concurso. Organizado por Pedro Bittencourt Júnior, a obra conta com as ilustrações do cartunista local Ricardo Freitas da Silva, o "Donga".
Esta coletânea de crônicas inicia-se com o texto intitulado “Os banhos no arroio Grande em Arroio Grande”, escrito por Paulo Luiz Squeff Conceição. Nele, o autor que passou a infância na cidade, relembra os jogos de futebol com os amigos, num campinho a beira do arroio, e os banhos após as partidas. Em “Folguedos de Criança”, Anarolino Silveira Neto fala sobre sua infância passada na Rua Souza Gusmão, os jogos de futebol, os brinquedos fabricados por ele mesmo, e também como, isso tudo agora, está diferente para seus filhos e netos.
O terceiro texto chama-se “Retrato em preto e branco da infância” e foi escrito por Júlio Salaberry Neto, nele o autor faz uma descrição da antiga estação de trem do município que ficava localizada na localidade da Ayrosa Galvão e, como os outros autores, faz uso de suas memórias de infância. A quarta crônica chama-se “Vinte e uma mil cervejas e um bolo inglês...”, o autor é Pedro Jaime Bittencourt Júnior, que conta a história da antiga lanchonete e restaurante Top Set. No texto ele conta as histórias protagonizadas pelos clientes, funcionários e personalidades que passaram pelo estabelecimento durante o período em que este esteve em atividade no centro da cidade.
Para falar da Coxilha do Fogo, Arnóbio Zanottas Pereira escreveu “Saudade não tem preço”, onde descreve e narra as curiosas histórias de antigos moradores desse lugar que fica na zona norte da cidade. A sexta crônica é “Entre dois clubes e a igreja ou O festim diabólico”, onde Paulo Machado Carriconde conta a história real de um baile, organizado por estudantes de uma escola, no Clube do Comércio, que acabou em uma grande confusão, envolvendo até mesmo o padre da cidade.
“Severo Feijó, 176” de André Petry, é o antigo endereço do autor desse sétimo texto, quando passou a infância em Arroio Grande. O autor, que agora reside em Nova York, conta como sua antiga rua lhe parecia a maior do mundo naquele tempo. Sérgio Antônio Silveira Canhada escreveu “Um tranco no sonho”, para falar do antigo restaurante “Acapulco”, seus funcionários, seus clientes e os fatos curiosos ocorridos durante o tempo em que este estabelecimento esteve aberto.
A nona crônica é intitulada “A velha usina” e conta a história da antiga Usina Municipal, antes da chegada das linhas de transmissão da CEEE. Ela foi escrita por João Garcia, cujo pai foi diretor da usina. O próximo texto recebeu o nome de “Uma rua da Bahia em Arroio Grande”, escrito por Amália Pereira, fala sobre o bar “Rua da Bahia” e seu proprietário, que na década de 70 resolveu estilizar sua garagem como uma rua de Salvador, para receber amigos e convidados.
João Félix Soares Neto é o autor de “A Terra da Promissão” a décima primeira crônica da coletânea, que narra a história de Agenor Barros, que com a vinda de uma mineradora de calcário para a localidade de Vila Matarazzo, resolveu vender tudo o que tinha e ir para lá com a família, para abrir uma venda. O autor conta o que ocorreu na vida dessas pessoas após essa mudança e também o que aconteceu na história do município nesse período. O próximo texto é de Antônio Paulo Furtado Ferreira e tem por título “O dia em que a bola rolou na Granja dos Ferreiras”, e conta a história de uma inusitada partida de futebol, organizada na antiga propriedade de seu avô, na década de quarenta do século passado.
Em “A sétima arte na Dr. Monteiro”, Silvio Porto Lima apresenta aos leitores a história do antigo cinema da cidade, o Cine Marabá. Ele conta os momentos marcantes, dos filmes e atores americanos mais famosos e dos shows apresentados no cinema durante as décadas de cinquenta, sessenta e setenta. A penúltima história da coletânea é de autoria de Edu (Caboclo) Damata e é intitulada “O profeta, o mundo e os quatro cavaleiros do apocalipse”, uma crônica sobre a virada do milênio com uma temática apocalíptica, cujo personagem principal é um antigo engraxate surdo-mudo. O autor mistura vários moradores da cidade, com figuras famosas, tais como, o filósofo francês Jean Paul Sartre, o músico Miles Davis e vários outros, numa jornada mística através do espaço e do tempo. Tendo como cenário o chamado “Redondo da Praça”, situado no centro da cidade, na Praça Maneca Maciel, ao redor do monumento onde esta a imagem de Nossa Senhora da Graça, padroeira de Arroio Grande.
Finalizando a coletânea há o texto de Amanda Carriconde Duquia, no qual a autora faz uma previsão sobre o futuro da cidade e é intitulado “O Edifício”. Na sua crônica ela fala de um prédio construído, num futuro próximo, no endereço Dr. Monteiro nº 1194-0, onde estava localizado o antigo Cine Marabá.
A obra “13/5 Lugares do Arroio Grande e outras referências” é recomendada a todos aqueles que moram ou já moraram na cidade e também a todos os interessados na sua história. Através desta seleção de crônicas, organizada por Pedro Jaime Bittencourt Júnior, é construído um panorama histórico do Arroio Grande, de pelo menos cinqüenta anos, contribuindo para manter um registro para as futuras gerações do município. O que, segundo seu organizador, é o principal objetivo deste livro.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Dias Fúteis

Parafraseando Eclesiaste 12:08 "Futilidade de futilidade, diz o pregador, tudo é futilidade"

Vivemos a era da futilidade, na qual o mais importante é o ter e o aparentar ser. Hoje em dia as pessoas gastam o seu tempo em coisas que não dizem nada. Fúteis, lêem livros que não dizem nada, ouvem músicas que são um amontoado de palavras aleatórias e sem sentido. Os sentimentos são fúteis, ninguém mais se entrega de corpo e alma nos relacionamentos, tudo virou um jogo de interesses e instintos. Nestes dias o conhecimento e os sentimentos verdadeiros são considerados coisas chatas, são perda de tempo. Por isso, nesses dias fúteis, as pessoas gastam seu tempo preocupando-se com coisas que são efêmeras e esquecendo-se daquelas que realmente importam e que são para sempre.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O lixo e a água

Vi algo que me deixou estarrecido.
Vi como a raça humana, a pseudo proprietária desde mundo, não se importa nenhum pouco com ele.
E o que vi?
Vi as margens do arroio, que dá nome a nossa cidade, tomadas pelo lixo, que foi depositado por quem depende dele para ter água potável! Uma das maiores curiosidades que tenho é saber o que afinal de contas passa pela cabeça das pessoas que fazem uma coisa dessas!? Presumo que em sua imensa ignorância tais pessoas imaginem que depositando o seu lixo às margens do arroio Grande, ele simplesmente irá desaparecer. Será levado para outra dimensão, talvez para algum mundo encantado do lixo. Mas o pior, o mais estarrecedor é que elas fazem isso mesmo havendo na cidade um serviço regular de coleta de lixo.
Agora imagine isso que falei multiplicado por seis bilhões e verá que o destino do nosso planeta é extremamente preocupante. As mesmas pessoas que jogam lixo nos arroios, rios, lagos, etc. e imaginam que ele magicamente some no ar, por incrível que pareça, pensam que a água potável “irá durar para sempre”. Eu só posso dizer: “Acordem o que vocês estão fazendo está contribuindo para que ela rapidamente fique escassa!” E ainda mais, esse tipo de atitude ainda fará com que a água fique mais cara que o petróleo.
Eu ainda, apesar de tudo, acredito na utopia de que o ser humano ainda vai aprender a viver em harmonia com o planeta Terra. Mesmo que ainda fique estarrecido com suas atitudes em relação a ele.

sábado, 1 de maio de 2010

Escrever

Por muitos séculos a humanidade escreveu usando apenas uma espátula, pena, lápis, caneta tinteiro ou esferográfica. Agora escrevo este texto usando o meu celular!
É fascinante!
Há meros quinze anos poucas pessoas imaginavam algo como o que faço agora. Vinte anos atrás ainda frequentei aulas de datilografia. Como tudo mudou nestas duas décadas, dos editores de texto dos computadores a isto que estou fazendo, escrever para o meu blog no celular. E foi dito que a informática iria acabar com o ato de escrever, mas não se escreveu tanto como nesta primeira década do século XXI, houve quase como uma redescoberta do hábito da escrita. Escreve-se em comunidades da internet, mensageiros instantâneos e, é claro, blogs. Qual será o futuro da escrita? Não se sabe. Mas posso dar a minha opinião, no passado considerava algo dificílimo, mas hoje se tornou um grande prazer e desafio. E agora não perco uma oportunidade para fazer isso, mesmo que seja assim, no celular.